Adonias Costa da Silveira
CADEIRA #35
O Acadêmico ADONIAS COSTA DA SILVEIRA (Ciências) possui graduação em Engenharia Elétrica pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (1973) , mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá (1974) e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (1980).
Foi professor titular do Instituto Nacional de Telecomunicações, Assessor de Relações Institucionais do Instituto Nacional de Telecomunicações, Membro do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Membro do Conselho de Curadores do Instituto Presbiteriano Mackenzie e Professor Titular da Fundação Instituto Nacional de Telecomunicações.
Tem experiência na área de Engenharia Elétrica , com ênfase em Telecomunicações. Atuando principalmente nos seguintes temas: Comunicação digital e Repetição regenerativa. Saiba mais…
LUZIA RENNÓ MOREIRA
Sinhá Moreira (1907 — 1963) é uma benemérita de Santa Rita do Sapucaí.
Filha do Coronel Francisco Moreira da Costa e de Dona Mindoca Rennó Moreira, Dona Sinhá como era chamada pelos capatazes e ex-escravos, nasceu Luzia Rennó Moreira e teve formação educacional e cultural esmerada com frequentes e longas viagens à Capital Federal. Casou-se em 1929 com o diplomata Antônio Moreira de Abreu obtendo a oportunidade de conhecer o mundo, fato raro para a época.
Em 1942 retorna definitivamente para Santa Rita do Sapucaí, onde desenvolveu sua vocação de articulação política. Sobrinha do Presidente Delfim Moreira, gostava de participar de reuniões políticas. Filantropia e incentivos à cultura e ao desenvolvimento eram seus objetivos. De suas viagens, trouxe o princípio da eletrônica, do Japão. Em 1959 fundou a primeira escola de eletrônica da América Latina, a Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa, que foi a semente do Vale da Eletrônica.
Seus gestos e iniciativas criaram a base de uma nova ordem social, que, gradativamente, se instalou na cidade, provocando profundas transformações na cultura local. Ela deu início a transformação que levou uma cidade interiorana, produtora de café e leite, ao centro de excelência em Eletrônica e Tecnologia da Informação.
- Sinhá é amplamente lembrada na cidade, cuja admiração dos moradores beira a devoção.
Sinhá Moreira nasceu em 1907 e viveu em uma época na qual as mulheres não despontavam no cenário nacional por suas idéias e inovações. De uma família de fazendeiros de café, filha de um dos fundadores do Banco Nacional, Sinhá Moreira casou-se com diplomata, viajou por diversos países, tendo, inclusive, morado no Japão, mas preferiu entrar para a história como uma visionária, ao apostar no desenvolvimento tecnológico de sua cidade, em uma época em que o país ainda priorizava sua “vocação” agrícola.
No prefácio, Ziraldo se refere a Sinhá Moreira como “uma iluminista de outros tempos, com uma visão de mundo e uma generosidade inigualáveis”. O autor de O menino maluquinho recorda-se da importância do empreendimento da célebre mineira para a formação da juventude de Santa Rita do Sapucaí nos anos 50.
A escritora Raquel de Queiroz, por sua vez, é a autora do texto de introdução escrito para O Cruzeiro em 1959, no qual remonta o contexto histórico do impulso desenvolvimentista dos anos JK e destaca o espírito empreendedor de Luzia Rennó Moreira.
“Com inteligência e determinação, Sinhá Moreira criou a primeira escola de eletrônica da América do Sul. Com sua visão universal, Sinhá empenhou-se em desenvolver um trabalho no seu micro universo, numa cidade que mal aparecia no mapa de seu país. No entanto, hoje, essa cidade é exemplo reconhecido mundialmente graças a Sinhá Moreira”, registrou a imortal.
O livro detalha a vida cotidiana da pequena cidade mineira e sua tradicional vocação agrícola até a implementação do ambicioso projeto tecnológico de Sinhá Moreira, que mudou o curso da história do vilarejo. Ambienta, do mesmo modo, a origem próspera da aristocrata, que chegou inclusive a ter o tio, Delfim Moreira, ocupando a Presidência da República e narra a ebulição cultural, provocada pelo Modernismo brasileiro, que influenciou o pensamento vanguardista da então jovem aristocrata.
As viagens ao redor do mundo rendem também boas histórias, que serviram para reforçar a determinação de Sinhá Moreira, que, de volta ao Brasil, dedicou sua vida à realização de seu sonho. Sinhá, que faleceu aos 56 anos, não viveu para acompanhar o pleno desenvolvimento de sua obra e seus decorrentes frutos. Mas sabia que sua semente seria de grande valia para a posteridade.
SINHÁ MOREIRA
Uma mulher à frente de seu tempo
Lilian Fontes
N/A.